3 coisas que você pode fazer agora para manter o equilíbrio emocional no ambiente de aprendizagem.
- Andressa D. C. Berger
- 26 de nov. de 2019
- 3 min de leitura

Quando falamos em ambiente preparado, temos em mente o espaço físico e o psíquico. Nós já sabemos que o ambiente preparado é um dos 6 pilares educacionais do sistema de educação Montessori. Sabemos também que esse ambiente deve ser da criança, construído para que ela possa movimentar-se livre e espontaneamente. Nesse ambiente devem estar mobiliários, objetos e materiais didáticos cuidadosamente selecionados e organizados para atender as necessidades daquele grupo de crianças, respeitando a faixa etária e características individuais dos integrantes da turma.
Montessori fala que o ambiente deve ser belo e simples. Belo, no sentido de bem cuidado, organizado, atento aos detalhes. Simples, no sentido de ter somente o essencial, sem excessos, quase minimalista. Alcançado uma configuração satisfatória do ambiente físico, precisamos voltar nossa atenção na mesma proporção a construção de um ambiente psíquico saudável. Um espaço seguro para que a criança possa expressar-se de forma espontânea. De nada adianta um espaço físico ideal, com todos os recursos materiais onde a criança não tem confiança e segurança para ser quem é.
As responsáveis por toda essa preparação somos nós, educadoras, adultas. É uma grande responsabilidade, uma tarefa nada fácil. Antes de preparar e construir esse ambiente, precisamos prepara a nós mesmas. Já ouvimos muito falar que precisamos estar em constante desenvolvimento físico e mental. Mas em momentos de estresse, em sala de aula ou em casa com os filhos, o que podemos fazer de forma prática para mantermos um estado emocional estável e assim promovermos um ambiente psíquico saudável para as crianças?
Existem 3 elementos que quando acessados e reconfigurados podem alterar o nosso estado emocional rapidamente: o foco, a linguagem e a fisiologia. Quando temos consciência dessa tríade e somos capazes e acessá-la voluntariamente, podemos passar de uma situação de estresse, medo, desconforto e muitas vezes descontrole, para um estado mais equilibrado.
Foco:
é onde a sua atenção está. Nós tendemos a colocar nossa atenção nas coisas que não estão dando certo, ou não estão tão boas assim. O grande problema disso é que tudo que tem nossa atenção tende a aumentar, potencializar. Faça o exercício de voltar a sua atenção para os aspectos positivos, para as soluções. Por exemplo: se uma criança está apresentando um comportamento agressivo, coloque sua atenção em atividades que possam interessá-la e acalmá-la e não em como esse comportamento negativo afeta o ambiente e o restante do grupo.
Linguagem: é como você está se comunicando verbalmente. Em sala de aula, no papel de professora, ou em casa no papel de mãe, como você deve falar? Quais palavras deve usar ou evitar? Mais do ser o modelo a seguir pelas crianças, o nosso vocabulário é um disparador de emoções. Exemplo: evite dizer que aquele menino SEMPRE faz isso, ou ele É assim. Diga que nesse momento ele está tendo esse comportamento. Nós tendemos a contar histórias para nós mesmas sobre fatos e situações que experenciamos, e a maneira como contamos essas histórias influencia diretamente nossas emoções. Preste atenção ao que você fala para os outros e para você mesma.
Fisiologia: é o seu corpo, seus movimentos, sua postura. Para passarmos confiança para as crianças precisamos nos sentir confiantes. Quando estamos confiantes nossa postura está ereta, nosso peito está aberto. Não podemos passar confiança com a coluna curvada e cabeça baixa. Quando se perceber em uma postura cansada, tente mudar imediatamente e logo você vai sentir uma grande mudança no seu estado emocional.
Precisamos entender que estamos o tempo desempenhando papéis. Papel de professora, diretora, mãe, mulher, empreendedora. Toda vez que entramos em algum desses personagens precisamos falar, pensar e agir de acordo com as características que nós mesmas determinamos para esse determinado papel. É um trabalho constante que pode contribuir muito para o nosso autoconhecimento e consequentemente na ajuda a criança a desenvolver-se da melhor maneira possível.
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